Todo mundo tem seu tempo
dividido: entre o antes e o
depois, sua história misturada.
Às vezes o antes é o pior e no
fim..a parte boa! Mas o contrário também acontece. Mas o tempo e a razão dominam o enredo.
Os cenários são espaços que contornam que inspiram ou que denotam e denunciam. Ou anunciam as histórias.
Eu só tento contar cantar e versar minha emoção.
A minha história tem três tempos: eu, você e a estrada.
Quero pegar no colo os estragos
do tempo e conseguir suavizar as
suas olheiras. Quero jogar-me na
grama da vida, deitar-me às asas
de meus sonhos. E nas árvores que
plantei, saltar de galho em galho
até cansar! Depois descansar
no beco da saudade, onde a certeza me
garanta que bem vivi.
Carrego comigo uma seiva
dos meus passos pela vida.
Às vezes, da minha umidade
adquirida pelo árduo sol
da existência ferida...das densas
florestas que atravesso em meio
a dores e cansaço.
Carrego um peso enorme do meu
corpo...que de tanta adversidade,
não mais flutua. Quero descarregar
essas bagagens, e ficar somente
com a esperança. Ela me levará
até o fim do arco- íris.
Este lugar nem sempre é,
o lugar em que eu queria estar
ou o tempo de minha existência.
Eu sempre almejo um outro
lugar além! Como se meus
horizontes sempre estivessem
longe de mim. Porém, só tenho
o aqui, somente hoje me habita.
O que faço desta fome de ir?
É como se ficar aqui, fosse me limitar.
Mas, e se de repente eu estivesse
no lugar certo? Se esta fosse mesmo
a minha hora? Não sei.
Sempre me testo pela paz.
Ela é o lugar que procuro...
Desde cedo constatei que a tormenta
é um tempo bem constante.
É preciso ser firme e enfrentar
as tempestades. Sempre se encontra
muito mais a tristeza do que a alegria.
As ausências, mais doídas, sempre
nos vem fazer companhia, com onome
de solidão. Mas sempre oportunizam
aprendizagens e moldam o nosso ser!
Nunca vi um ser bom, sem que tenha
sofrido sua tormenta.
torta mente que busca a correção
de um coração!
Tentando aprender o vento,
descobri o movimento.
Aprendi no escuro, a perceber
que Deus é sempre a minha luz.
Aprendi chorando, como o sorriso
enfeita mais o rosto.
Aprendi que o contrário sempre
termina ensinando a essência.
Aprendi que sou aprendiz e que nunca
é o tempo que não existe.
E sempre, é o tempo de Deus!
Eu gostava de procurar a profundidade
de cada coisa e mexia nas pedras,
cutucava a terra...eu forçava a casca dos troncos,
eu escava as coisas e buscava nelas
o que estava invisível. Será que era
procurando Deus?
Orar, é um pouco como escavar as coisas.
E tatear o espaço, buscando o criador
numa ânsia de abraçá-lo.
Mas eu já aprendi que é Ele, quem
me abraça. Toda noite, antes de dormir.
Ele me põe no colo e continua me
incentivando a escavar. Aprendi escavar
palavras.
