Debruço no tempo e fico
parada de tardinha deitada
na cama da alma.
Olho ao redor e parece
que tudo vai se acalmando!
Normal: alguns períodos do
dia, todos se aquietam mais.
Acho que é porque algumas
pessoas vão se encontrar
consigo mesmas. E isso tá raro
a cada dia! Então, de tardinha é
um desses momentos comigo.
Eu me debruço em mim, tentando
ver-me por dentro. E vejo minha
criança em fúria, revoltada com
a inversão das atitudes e dos valores
da felicidade. E o preço que se paga
é para todos! A dureza dos muros
que nos cercam e das noites
(muitas insones), na angústia
de não se ter rumo certo.
Eu desço da tarde... e vou
tentando subir a ladeira da noite.
Daqui a pouco é outro dia
e tudo recomeça igual!