Rumo de olhares

sábado, 4 de abril de 2020

Não  consigo disfarçar:
 olho para cima, para baixo
, nos lados...e vejo gente de todo tipo. Espécies. 
Ouço  gritos e músicas.
  Imagino versos e combino sintaxes
. Formulo conversas...como
 o pensamento grita e sugere!
Mas não  dão  o rumo certo.
 Nem os olhares. Tento me encontrar e não
  consigo. Acho que me perdi na multidão
  que busca os rumos.  Pelos olhares?
Não  sei. "Só  sei que nada sei"
"Conhece-te a ti mesmo"
Os que olham para baixo,
 não  me parecem ter um caminho
 para ensinar. Para cima? Só  buscam.
Nada sabem! Para os lados, a dúvida  os corroem.
  Não  percebi se olharem para dentro.
 Esses talvez busquem o tempo perdido,
 os espaços  confusos do eu.
 Mas dentro não  tem nada também!
Só  a alma, vazia,  ouvindo os últimos
 ecos de comando; fica em casa. Fica em casa!
 Que casa? Que casa? Eu quero é  o tempo de volta.
 A vida de volta. Como seres tão  minúsculos
 podem ser mais fortes que os homens?
 " fica em casa. Meus olhares seguem
 o rumo de dentro. E a alma, a alma ou eu?
 Alguém  pergunta de dentro: qual o rumo?
 Sem prumo, não  se vai a lugar algum!

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