Manoel de Barros conta sobre
sua escova dizendo do desejo de fazer
igual a dois homens que ele viu na
terra cavando osso.
Manoel conta que descobriu a profissão
daqueles dois homens: eram arqueólogos.
Segundo o Manoel eles escovavam osso por amor.
E ao vê -los escovando osso para descobrir histórias,
ele logo pensou de fazer isso com as palavras.
Ele havia lido ou ouvido em algum lugar que as
palavras eram conchas de clangores antigos.
E é interessante que lendo Manoel de Barros, eu me
apaixonei pela sua paixão, porque as palavras me
possuem e me comandam. Também tenho a
minha escova só para descobrir novas derivações.
Há segredos e multiplicações nelas.
Eu comecei por ler. Passava horas no meu
quarto lendo-as sem parar. Muitas vezes ouvia
gente me procurando e minha mãe dizendo
não saber onde eu estava.
Eu ficava horas...lendo o mundo.
Encantada com o moço da história e querendo
escrever a minha história. E nunca deixei perder
a escova. Escovo as palavras até hoje!
Anedy Belisário
Postar um comentário