Carta aos pais

segunda-feira, 9 de março de 2020

Que poderia lhes dizer hoje? Ao dirigir-me a vocês, é como se voltasse ao tempo da adolescência e juventude. Mas vim só agradecer.
Pelo ensino,
Pelo perfil criado, pela sabedoria de conduzir uma família tão bem estruturada.
Na verdade queria além de agradecer, perguntar:
O que fazer quando os filhos escolhem destinos tão diferentes e errantes, vemos escolher pelos dedos, os ensinamentos que recebemos?
Tenho feito o certo? Por medo de perde-los...recolho-me às vezes ao quarto e oro.
E olho em silêncio , meio que de longe(perto sozinha, na alma). O drama que os espera. Os braços estão abertos, prontos para o abraço de volta.
Os unguentos estão guardados e a palavra latejando para ser entregue.
Isso é ser mãe ou ser omissa? O que teriam feito hoje, em meu lugar?
Convido todo dia a Cristo, para morar em.casa. Está aqui do meu lado. Seu lhar me diz para continuar tentando. Sinto tanta falta de vocês! Não sou Deus, por isso não pude baixar a lei, mas pai e mãe não deveria morrer nunca. Fiquei órfã e tive até aqui, que dá conta de exercer os dois papéis. Tenho entregado a Deus o papel de pai. Não dou conta. Mas às vezes, o silêncio dele, me deixa vazia,sem norte, sem saberes. Como neste exato momento.
Se pelo menos vocês estivessem aqui! Mas não. Só me restam as palavras. Sangrando e tentando. Uma continua de sobrevivência. Busca de ciência e aprendizagem. Mas não há cursos de mãe. Menos ainda de pãe.
Então me escondo no silêncio da espera. Até Deus, que ouve sempre, queira me dar a resposta. Até lá, a Ele a honra, a gloria. Pra sempre, amém. 

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